A madrugada de quarta-feira, 11 de junho, foi marcada por um evento astronômico que atraiu olhares atentos de curiosos e amantes do céu: a Lua de Morango atingiu seu auge em um dos pontos mais altos do firmamento já registrados nas últimas décadas no hemisfério Sul. Agora que o fenômeno passou, vale entender o que esteve por trás dessa lua cheia tão incomum — e por que ela foi tão importante.
A madrugada em que a Lua se destacou como nunca antes

A Lua de Morango, última lua cheia da primavera no hemisfério Norte, pôde ser observada entre a noite do dia 10 e a madrugada do dia 11. No Brasil e em diversas partes do hemisfério Sul, ela apareceu em uma das posições mais elevadas dos últimos tempos. O brilho intenso foi visível mesmo sem equipamentos especiais, e em alguns lugares, foi possível acompanhar a estrela Antares, da constelação de Escorpião, sendo ocultada temporariamente pela Lua.
De acordo com previsões do site Star Walk, o auge da lua cheia ocorreu às 4h46, horário de Brasília. A NASA havia incentivado observadores a registrarem o fenômeno de locais simples, como quintais ou colinas, ressaltando que a beleza do momento estaria ao alcance de todos.
O que há por trás da altura incomum da Lua
A impressionante altura da Lua nesta semana está diretamente ligada à “grande paralisação lunar”, um fenômeno que ocorre a cada 18,6 anos. Durante esse período, a órbita da Lua ao redor da Terra sofre uma oscilação provocada pela influência gravitacional do Sol. Isso faz com que ela atinja extremos em sua trajetória: no hemisfério Norte, aparece muito baixa; no Sul, como no Brasil, muito alta.
Essa oscilação marca um ciclo de longo prazo que afeta diretamente o modo como a Lua se posiciona no céu. A edição de 2025 da Lua de Morango coincidiu exatamente com o auge dessa grande paralisação, tornando o evento ainda mais relevante para os astrônomos e para todos que se encantam com o universo.
Por que ela é chamada de Lua de Morango?
Apesar de não apresentar cor avermelhada como o nome sugere, a Lua de Morango leva esse título por motivos culturais. O nome tem origem nas tradições indígenas do nordeste dos Estados Unidos, onde a lua cheia de junho coincide com o período de colheita de morangos. A expressão foi popularizada no século XIX pelo Maine Farmer’s Almanac, publicação agrícola tradicional nos EUA.
Outras culturas atribuem diferentes nomes à mesma lua cheia. Na Europa, o mês de junho está ligado à colheita de mel, o que originou os nomes Lua de Mel ou Lua de Hidromel. Já alguns povos indígenas chamavam-na de Lua do Plantio, Lua das Flores ou Lua Quente.
Embora esses nomes não tenham relação direta com a realidade brasileira, a simbologia que carregam atravessa fronteiras — e ajuda a reforçar o valor histórico e emocional das luas cheias em diferentes sociedades.
Uma noite para recordar — e um aprendizado para o futuro
O espetáculo da Lua de Morango de 2025 já passou, mas seus efeitos seguem repercutindo. O evento não só proporcionou um momento de contemplação como também chamou atenção para os ciclos astronômicos pouco conhecidos, como a grande paralisação lunar. Para os que observaram, foi uma oportunidade rara de testemunhar algo que só ocorrerá novamente por volta de 2044.
Mais do que uma bela imagem no céu, a Lua desta semana nos lembrou da grandiosidade dos movimentos celestes e de como, mesmo à distância, eles continuam influenciando a nossa experiência aqui na Terra. Quem perdeu, ainda poderá acompanhar outras luas cheias ao longo do ano — mas poucas com o mesmo significado e beleza que essa.
[Fonte: Tecmundo]