O handebol se consolidou como um dos esportes mais populares da Dinamarca, onde crianças de quatro ou cinco anos já estão dando seus primeiros passos nos ginásios. Essa paixão, no entanto, não se traduz automaticamente em novos superstars.
Apesar de parecer fácil, o processo de formação de talentos é complexo. A Dinamarca tem se esforçado para aprimorar seu sistema de desenvolvimento, o que a tornou a equipe com mais finais no Campeonato Mundial Júnior da IHF, tendo alcançado a fase decisiva em 10 das 24 edições do torneio.
Em números, isso representa uma impressionante taxa de 41,6% das finais disputadas. E se considerarmos as 23 participações da Dinamarca, esse percentual sobe para 43,4%.
“Temos treinadores muito bons que conseguem identificar talentos na Dinamarca. Eles fazem um trabalho fantástico e é por isso que estamos onde estamos hoje. Realmente, fizemos um trabalho excelente no passado”, afirmou Ulrik Kirkely, técnico da seleção sub-21, que levou a equipe à final do Campeonato Mundial Júnior de 2025 na Polônia.
A final de 2025 marca a primeira vez que a Dinamarca chega à decisão desde 2017, quando conquistou a medalha de prata após uma derrota apertada para a Espanha. Em 2015, na competição realizada no Brasil, o país também ficou com o segundo lugar, perdendo para a França.
Tudo isso é resultado de uma estratégia de desenvolvimento implementada mais de uma década atrás, quando a Federação Dinamarquesa de Handebol percebeu a necessidade de aprimorar seu sistema de formação de jogadores jovens. Em 2023, essa estratégia foi atualizada, focando em como os atletas são desenvolvidos frente às mudanças sociais que o cercam.
A equipe e a coletividade estão no centro dessa abordagem. “Acreditamos que o ambiente atual exige novos métodos de treinamento e desenvolvimento. Precisamos de uma base sólida, com nossos jovens talentos no centro”, destacou Søren S. Frydendal, chefe de talentos da Associação Dinamarquesa de Handebol.
O foco é gerar alegria e entusiasmo em todos os níveis, garantindo que os jovens jogadores se sintam motivados para continuar jogando e se destacando no handebol.
O trabalho em conjunto com clubes e outras entidades formadoras é considerado essencial para o sucesso. “Ninguém pode desenvolver talentos de classe mundial sozinho. Estamos cientes de que os clubes formam o ambiente necessário para o desenvolvimento de habilidades de um jogador”, concluiu Frydendal.
A geração que chegou à final de 2025 também foi a mesma que competiu na final do Campeonato Mundial de Juventude de 2023, onde perdeu para a Espanha. A força da Dinamarca é evidente no ataque, com uma média impressionante de 38,43 gols por jogo e 269 gols no total até agora.
Magnus Pedersen é o principal artilheiro da equipe, com 43 gols, ocupando a 14ª posição na tabela de goleadores do torneio. “Quando jogamos, é fundamental confiar em todos os jogadores. Foi isso que fizemos na partida contra a Suécia”, enfatizou Kirkely.
Com a Dinamarca dominando os eventos seniores do Campeonato Mundial IHF, seus olhos agora se voltam para a final contra Portugal, outro time invicto na competição. Uma vitória garantiria o quarto título mundial ao país, aproximando-se do recorde de cinco conquistados pela União Soviética.
Até o momento, a Dinamarca já garantiu sua 12ª medalha em 23 participações no torneio, alcançando uma taxa de sucesso superior a 50%.