No último domingo, Portugal realizou suas terceiras eleições gerais em três anos, resultando em um cenário político tumultuado. O partido de centro-direita, Aliança Democrática (AD), liderado pelo Primeiro-Ministro Luís Montenegro, obteve 32,7% dos votos. Apesar da vitória, a AD não alcançou a maioria parlamentar, permanecendo com 89 assentos no parlamento de 230 lugares.

Os socialistas, liderados por Pedro Nuno Santos, receberam 23,4% dos votos, marcando seu pior desempenho em décadas, enquanto o partido de extrema-direita Chega, fundado em 2019, também se destacou, com 22,6% dos votos, empatando com os socialistas em número de assentos – ambos com 58.

A ascensão do Chega tem gerado preocupação, indicando uma crescente instabilidade política, especialmente em um momento em que Portugal enfrenta desafios econômicos e sociais. Montgomery, de 52 anos, advogado, expressou sua recusa em formar uma aliança com o Chega, classificando-o como ‘não fiável’ e ‘inadequado para governar’.

O apoio ao Chega cresceu constantemente desde sua fundação, e a última eleição consolidou sua posição como a terceira maior força no parlamento. A análise política indica que o crescente descontentamento com as políticas de imigração e questões sociais pode ter contribuído para essa popularidade, similar a tendências observadas em outros países europeus.

Com o cenário atual, permanece incerto se a AD conseguirá governar efetivamente, uma vez que dependerá do apoio de outras forças políticas, especialmente do Chega e da Iniciativa Liberal, que também obteve 9 assentos.

A contrariedade dos socialistas em relação ao novo governo se torna evidente, e com a necessidade de uma renovação da liderança, Santos já anunciou que convocará uma eleição interna para escolher seu sucessor.

As relações entre a AD e o Partido Socialista deterioraram-se após o voto de confiança perdido por Montenegro em março, e a possibilidade de um governo estável parece distante, levando a um período de incertezas políticas para o próximo futuro.