Bloqueio do Estreito de Ormuz: Potencial Impacto nos Preços de Combustíveis e Alimentos no Brasil

O preço do petróleo passou a ser uma preocupação mundial com o fechamento do Estreito de Ormuz, um ponto estratégico entre o Golfo Pérsico e Omã para a passagem de quase um terço do petróleo mundial. O bloqueio total do canal pelo Irã, caso se confirme, causaria um impacto no médio e longo prazo no preço dos combustíveis e alimentos no Brasil, segundo especialistas ouvidos pelo Terra.

No domingo, 22, o Parlamento do Irã aprovou o bloqueio do corredor marítimo após os ataques dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã. A decisão final cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional e ao aiatolá Ali Khamenei para a medida entrar em vigor. O Irã é o sétimo maior produtor de petróleo do mundo.

“O preço da gasolina e de outros combustíveis no Brasil é diretamente impactado pelo fechamento do Estreito de Ormuz, mesmo que o país seja parcialmente autossuficiente em produção de petróleo”, alertou João Alfredo Nyegray, professor de Negócios Internacionais e Geopolítica da PUCPR.

O especialista aponta que o Brasil integra o mercado global de petróleo, e com o bloqueio do Estreito, a oferta global é restringida, elevando os preços internacionais. A Petrobras deixou de adotar, há algum tempo, uma política que mantinha os preços internos atrelados aos custos internacionais, o que pode levar a ajustes nos preços no mercado interno.

André Senna Duarte, professor de Economia da PUC-RJ, acredita que a fraqueza do Irã face a outros países poderá reduzir o tempo em que o estreito permanecerá fechado, limitando o impacto aos preços dos combustíveis. No entanto, José Niemeyer, professor do Ibmec-RJ, ressalta que esse bloqueio pode ter consequências sérias não apenas para os preços, mas também para a economia como um todo, contribuindo para a inflação.

Impacto nos preços de alimentos e serviços

O fechamento do Estreito de Ormuz também pode causar um efeito cascata sobre os preços de alimentos, fretes e passagens aéreas. “Setores industriais que dependem de transporte, logística e fertilizantes derivados do petróleo também devem sofrer pressões inflacionárias”, explicou Nyegray.

Estima-se que o Estreito seja responsável por aproximadamente 20% do petróleo bruto comercializado globalmente, o que traduz um fluxo diário entre 17,8 e 21 milhões de barris de petróleo. O bloqueio, portanto, representa um gargalo na cadeia global de energia, afetando diretamente países importadores na Ásia, Europa e América Latina.

  • Países como a Índia, China, Japão e Coreia do Sul são os maiores prejudicados pelo bloqueio do estreito.
  • O impacto econômico pode ser sentido particularmente em economias emergentes como o Brasil, que são vulneráveis à inflação.
  • Consumidores finais enfrentarão aumentos nos custos de vida em áreas sem estoques estratégicos de petróleo.

Conclusão

O Estreito de Ormuz é essencial não apenas para o Irã, mas para a dinâmica global de energia. Sumariamente, qualquer obstrução ali pode ser devastadora para a economia mundial e é um assunto que exige monitoramento constante.

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