
Dermatologista do Hospital de Santa Maria Ganha 400 Mil Euros em Um Ano
No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, um dermatologista chamou a atenção ao registrar ganhos de cerca de 400 mil euros ao longo de dez sábados de trabalho adicional em 2024. Num dia em particular, o médico, identificado como Miguel Alpalhão, obteve mais de 51 mil euros com cirurgias realizadas fora do horário habitual.
O Sistema SIGIC e a Realização de Cirurgias
De acordo com informações divulgadas pela CNN Portugal, Alpalhão beneficiou do SIGIC – Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia. Este sistema foi implementado com o objetivo de reduzir as longas filas de espera para cirurgias, permitindo que médicos realizem os procedimentos em horários alternativos.
O sistema também estabelece diretrizes, especificando que “deve existir um limite máximo de SIGIC a não ultrapassar um terço da produção cirúrgica total”. Conforme um e-mail acessado pela CNN, é necessário realizar 66 cirurgias ambulatórias antes de um dia de SIGIC que inclua 22 pacientes.
Resposta da Direção do Hospital
Em resposta aos sucessivos ganhos avultados do médico, o presidente do Hospital de Santa Maria, Carlos Martins, afirmou que “se existisse alguma situação anormal, ela seria reportada ou detetada”. Contudo, optou por suspender, a partir deste sábado, as cirurgias em horários adicionais.
Martins reafirmou que “o médico em causa não ganhou 400 mil euros em 10 dias. Isso era impossível” e enfatizou que “todos os sinais de alarme disparavam” em uma situação como essa, pelo que existem “vários momentos de controle” no sistema SIGIC.
Investigação e Auditoria em Andamento
A suspensão das cirurgias foi acompanhada pela solicitação de investigação à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e pela abertura de uma auditoria interna. O Ministério Público também requereu mais informações sobre o caso em questão, refletindo a seriedade da situação.
Conclusão
Enquanto a investigação prossegue, o episódio levanta questões sobre a gestão de recursos na área da saúde e a transparência em processos cirúrgicos. Qual será o impacto a longo prazo dessas revelações na confiança do público em relação aos serviços de saúde? Esta é uma questão que ainda precisa ser respondida.

