Por Sergio Gonçalves e Miguel Pereira
Lisboa – Centenas de milhares de devotos da Virgem Maria se reuniram nesta segunda-feira no santuário de Fátima, em Portugal, para orar pelo recém-nomeado Papa Leão XIV e pela paz mundial.
Autoridades da igreja informaram que cerca de 270.000 peregrinos vieram de todo Portugal, Espanha, Polônia e também de países mais distantes, como os EUA, Paraguai, Maurícias e Taiwan, lotando um dos santuários mais famosos do catolicismo, localizado a menos de 150 quilômetros ao norte de Lisboa.
Em seu primeiro discurso de domingo na Praça de São Pedro desde sua eleição, o Papa Leão fez um apelo às grandes potências do mundo para ‘não mais guerras’, enquanto na segunda-feira o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse que havia conversado por telefone com o pontífice sobre propostas de cessar-fogo para acabar com a guerra com a Rússia.
A peregrina portuguesa Conceição Teixeira, de 77 anos, expressou esperança de que Leão continue o legado de ‘humanidade e sinceridade’ do seu predecessor, o Papa Francisco.
‘Os corações (dos homens) são muito duros, as pessoas não param para pensar e há tanta inumanidade, indiferença e iniquidade’, afirmou ela à Reuters, momentos antes do início da procissão de velas, o grande destaque da noite.
Christel, uma peregrina de 41 anos que veio das Maurícias, disse que o Papa Leão ‘parece alguém que vai fazer a paz e tentar trazer todos consigo’.
Todas as noites de 12 e 13 de maio, milhares de peregrinos se dirigem ao santuário de Fátima, muitos deles caminhando longas distâncias, para celebrar a primeira das aparições reportadas da Virgem Maria a três crianças pastorinhas em 1917.
A Igreja Católica acredita que ela apareceu seis vezes naquele ano às crianças, revelando a elas os chamados três segredos de Fátima.
O Vaticano interpretou posteriormente as profecias como um sinal da perseguição do comunismo ao cristianismo, incluindo a tentativa de assassinato do Papa João Paulo II em 1981.
O paraguaio Oscar Guarin, de 52 anos, descreveu Leão como um papa ‘muito próximo dos pobres e muito simples’, assim como o Papa Francisco.
‘Já gostamos dele’, afirmou Guarin.
(Reportagem de Sergio Gonçalves e Miguel Pereira; edição de Charlie Devereux e Bill Berkrot)

